A noção de escala
Acrílica sobre papel de José Mianutti
Entende-se por escala as relações de tamanho que os objetos mantêm entre si e também com o observador. A escala define, além disso, as relações entre as diferentes partes da composição, fornecendo informações sobre os espaços entre elas. E é ela também que faz com que um desenho ou pintura transmita uma noção exata da distância em que o observador se encontra em relação ao motivo do quadro.
Na vida cotidiana, são muitas as situações em que utilizamos a percepção de escala. Experimente, por exemplo, olhar para um quadro postando-se no ponto mais distante da sala e comparar seu tamanho com o de sua mão estendida. Embora menor, a mão parecerá maior que o quadro, por estar mais próxima dos olhos. Mas o essencial nesse exemplo é que, para o cérebro, a mão atuará como referência de tamanho segura, que ele utilizará para avaliar a que distância do quadro você se encontra.
Um dos erros mais comuns entre os principiantes é o de não incluir na composição uma referência básica de tamanho – que atue como a mão, no exemplo acima – o que deixa o observador sem elementos para avaliar a que distância está do quadro. Na maioria das vezes, os iniciantes se preocupam apenas com a relação de tamanho dos objetos entre si, como se estivessem todos no mesmo plano visual, e não conseguem criar uma sensação de distância entre eles.
Aquarela de José Mianutti
Só tem sentido determinar a escala de uma pintura se os objetos que você for pintar tiverem um tamanho “padrão” na vida real. Figuras humanas são as melhores determinantes de escala: tomando por base seu tamanho na pintura, o observador consegue avaliar automaticamente a escala do resto da cena. Por outro lado, se você usar uma árvore para determinar a escala, as relações de tamanho ficarão menos exatas, pois a dimensão de uma árvore não é tão padronizada quanto, por exemplo, a da figura humana.
As regras de escala permitem expressar as distâncias entre os objetos na pintura. Mas você precisa definir essas distâncias antes de começar a desenhar ou pintar. Primeiro, avalie a que distância você se encontra da cena e selecione um objeto que possa desempenhar o papel de referência básica de escala dentro da composição.
Depois de escolher o objeto, é preciso definir sua localização no quadro. O mais seguro é colocá-lo em primeiro plano, pois, se houver uma distância muito grande entre o objeto e você, ficará difícil determinar a escala dos objetos que estão mais distantes.
Em seguida, defina as distâncias entre os demais elementos da pintura e coloque-os na escala adequada. No final, cabe a você, como artista, definir a localização dos diversos elementos no espaço da pintura. Mas é fundamental pensar nisso desde o começo e tomar decisões seguras, para que os diversos componentes do quadro se encaixem automaticamente no lugar certo.
Um recurso sutil, porém eficiente, para indicar escala e distância é diminuir progressivamente o tamanho das suas pinceladas, do primeiro plano em direção ao fundo. É só fazer as pinceladas dos elementos em primeiro plano vigorosas e mais nítidas e as dos objetos distantes mais curtas, mais claras e menos nítidas.
Não pense em escala como uma ideia isolada. Ela deve ser trabalhada de forma integrada com os demais aspectos da composição. Por exemplo, objetos que são representados pequenos porque estão a distância parecerão pouco convincentes se forem pintados com detalhes nítidos e cores vibrantes.
Aquarela e acrílica sobre papel de José Mianutti
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