Pintura de céus
Aquarela de José Mianutti. 16 X 22 cm. 2018.
Na pintura de paisagens, o céu é normalmente a principal fonte de luz e exerce, portanto, influência sobre a atmosfera da cena, sobre a cor e sobre a composição. Por isso, é preciso tratá-lo sempre com muita atenção, não importa a quantidade de espaço que ocupar a obra.
O primeiro passo é decidir se você quer um céu discreto ou dominante, pois isso determinará a maneira de abordá-lo. Obviamente, o tratamento dependerá de sua capacidade criativa; mas, no início, convém seguir algumas regras composicionais simples, para facilitar o trabalho.
Antes de começar, faça algumas observações gerais sobre a variedade de formas, cores e tons do céu: note a mudança de cor do céu nas diferentes horas do dia, as diversas formas e cores de cada nuvem e como a iluminação afeta a paisagem. Depois, ao começar a pintura, lembre-se de trabalhar o céu e a paisagem simultaneamente.
O céu como motivo
Aquarela de José Mianutti. 16 X 24 cm. 2018.
Graças à grande variedade de formas e cores que assume, o céu frequentemente funciona muito bem como motivo principal de uma pintura. Mantenha-se atento para observar e registrar formações inusitadas de nuvens, cores assustadoras ou efeitos interessantes de iluminação – como os rais de sol atravessando as nuvens. Então, organize a composição, levando em conta os seguintes pontos:
a) coloque a linha do horizonte numa posição baixa, para que o céu ocupe mais da metade da área da pintura;
b) se estiver pintando um céu complicado, procure deixar o plano da terra relativamente simples;
c) coloque um ponto focal no céu: um desenho especial de nuvem, raios de luz ou o próprio sol.
O céu como fundo
Aquarela e acrílica de José Mianutti. 50 X 65 cm. 2012.
Em muitos casos, o céu constitui apenas o fundo de uma paisagem; mesmo assim, ele ser tratado com a mesma atenção e cuidado. Em geral, é melhor fazê-lo simples, nesse caso, para que não dispute a atenção com os demais elementos da composição (por exemplo, se houver nuvens no céu, procure torná-las menores e menos evidentes, em vez de dar-lhes destaque).
Tome também o cuidado de não pintar o céu com cor uniforme. Varie os tons, para refletir as condições do tempo e transmitir profundidade.
Padrões de céu
Aquarela e acrílica de José Mianutti. 50 X 65 cm. 2012.
Você pode criar uma composição de impacto dando ênfase total aos padrões de nuvens e cores, trabalhando de modo a dirigir os olhos do observador através da tela ou do papel. Você pode, por exemplo, usar uma série de nuvens delicadas como guias; ou então atrair a atenção do observador com um sol brilhante; ou ainda, fazer com que os raios do sol tragam seus olhos para um ponto situado no chão.
Você pode alterar os padrões do céu a fim de equilibrar e complementar elementos no plano da terra. Lembre-se que você tem toda liberdade para isso: se quiser, pode imitar algumas nuvens, ou inclinar os raios de sol, fazendo-os compensar algumas direções fortes sugeridas na terra.
Harmonia das cores
Aquarela e acrílica de José Mianutti. 65 X 75 cm. 2012.
Repetir algumas das cores do chão no céu é uma das técnicas clássicas para unificar a composição.
Muitos principiantes, após uma observação superficial de um céu cinza, por exemplo, simplesmente pintam-no desta cor. Um exame mais detido, no entanto, revelará que o céu contém também outras cores: azuis, amarelos, marrons ou vermelhos. Se uma dessas cores aparecer também na paisagem, exagere-a um pouco no céu para criar uma ligação de cor. Isso ajudará a unificar a pintura.
Muitas vezes, o chão acaba realmente refletindo a cor do céu; um céu cinzento, por exemplo, projetará uma névoa acinzentada sobre todas as coisas. Em contraste, durante um pôr-de-sol vívido, o chão ficará coberto de amarelos, alaranjados e rosas.
Um céu que contrasta com a terra em cor, tom ou tratamento, pode deixar uma pintura mais interessante. Outras ideias para contraste que você poderá experimentar:
a) faça a terra em tons predominantemente escuros, colocando-a contra um céu claro;
b) contraponha uma paisagem calma a um céu tempestuoso;
c) complemente uma paisagem urbana de cores vivas com um céu neutro, enevoado.
Aquarela de José Mianutti. 32 X 40 cm. 2011.
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