Rompendo as regras
Acrílica sobre papel de José Mianutti
A opção por uma abordagem mais intuitiva e emocional de determinado motivo pode levá-lo muitas vezes a resultados mais interessantes do que seguir rigorosamente as chamadas “regras de composição”.
Tais regras são, na verdade, apenas fórmulas que objetivam assegurar a produção de uma imagem aceitável. Sem dúvida, você deve levá-las em conta enquanto seu senso composicional se desenvolve. Mas, a partir de certo ponto, é melhor deixar que seus impulsos criativos determinem quando e onde elas devem ser obedecidas ou quebradas.
Costuma-se incentivar os principiantes a despender a maior parte do seu tempo de planejamento organizando a composição e passar apenas um pouco de tempo contemplando o motivo. No entanto, assim que você adquirir maior prática em fazer uma boa composição, tente trabalhar de maneira contrária. Nem sempre é necessário, por exemplo, dividir a pintura no sentido horizontal ou no vertical: em vez disso, pode ser mais vantajoso procurar um ponto de vista que revele melhor seus sentimentos em relação ao motivo.
Acrílica sobre papel de José Mianutti (tríptico)
Procure gastar três quartos do seu tempo de planejamento estudando o motivo e reserve o tempo restante para definir a composição na tela ou no papel. Não “enquadre” nada mentalmente nesta fase. Comece do centro para fora, deixando o motivo falar por si mesmo; em seguida, quando tiver decidido o que tem a dizer, defina os limites composicionais. Trabalhando desta maneira, você produzirá composições vivas e expressivas – mesmo que não obedeça às convenções geralmente aceitas.
Muitas vezes um arranjo convencional não é adequado ao espírito do que você pretende transmitir nem conta sua história de maneira convincente. Nesse caso, pense em outras maneiras de organizar a composição que transmitam seus sentimentos com maior fidelidade. Outro ponto importante é definir quais são os objetos relevantes. Muitas vezes, certos elementos, que podem parecer acessórios à primeira vista, na realidade contribuem para consolidar o espírito da obra e dão mais vida ao trabalho.
Uma das regras de composição pede que você contrabalance um objeto com outro: por exemplo, se você tem uma árvore num canto, deve equilibrar a composição colocando uma nuvem no outro canto. Mas você também pode usar o espaço vazio para manter o equilíbrio – o que geralmente é mais eficiente para conseguir certa atmosfera. Observe o exemplo abaixo:
Acrílica sobre papel de José Mianutti
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