Certa vez perguntaram ao pintor realista Édouard Manet qual era a personagem mais importante de sua célebre obra “Almoço na relva”. E ele respondeu: ” A luz”.
Mesmo que você não seja tão apaixonado pela luz quanto Manet, e ainda que encontre dificuldade em captá-la, jamais a deixe de lado em seus trabalhos. Ao contrário, observe bem como ela incide na cena que você está pintando. Procure identificar seus variados efeitos e transforme-os no aspecto principal de seu quadro.
Ao pintar objetos, por exemplo, note que eles assumem características diversas de acordo com o grau de luminosidade a que estão expostos. Alterações semelhantes ocorrem com a figura humana, cujo estado de espírito o efeito luminoso pode atenuar ou acentuar.
Além disso, a luz cria padrões muito interessantes, que convém manipular para enriquecer uma obra e aprimorar sua composição.
A luz como “personagem principal”
Faça dos padrões e formas produzidos pela luz um dos principais aspectos de uma pintura. Escolha, por exemplo, o desenho feito no chão pelos raios de sol ao atravessarem um portão de ferro trabalhado. Se encontrar muita dificuldade, opte por um motivo mais simples, como a luz entrando por uma porta aberta.
Caso decida, como Manet, transformar a luz na principal personagem de sua pintura, lembre-se de que o sol não permanece na mesma posição ou no mesmo ângulo, nem mantém sua intensidade uniforme durante o tempo em que você está trabalhando.
A menor alteração em qualquer destes fatores pode mudar todo o padrão visual; assim, procure captar imediatamente o efeito desejado com uma série de esboços rápidos.
Luz e atmosfera
Por outro lado, nada impede que você invente os padrões de luz que possam melhorar a composição. Os mestres flamengos e holandeses constantemente lançavam mão deste recurso.
A maneira como a luz incide sobre uma cena exerce forte influência em sua atmosfera. Assim, o modo pelo qual você retrata a luz incidente transmite de imediato ao observador alguma indicação a respeito da “mensagem” que está por trás da pintura.
Por exemplo, para evocar a alegria de um dia de verão, use tons claros. Se, ao contrário, você estiver pintando um dia nublado, de luz fraca, use cores mais apagadas ou escuras.
Iluminação dramática
Em vez de banhar uma cena em luz atmosférica, você pode concentrar a luminosidade em uma área apenas ou, ainda, dispor os elementos de maneira que a luz mal atinja um modelo na sombra.
Os fortes contrastes entre claro e escuro resultantes dessa iluminação evocam automaticamente uma sensação de drama ou mistério. Se você basear uma pintura nesses efeitos, analise bem a natureza da luz propriamente dita.
A luz na composição
Ao planejar a composição de uma pintura, não deixe de considerar o papel que reservará à luz. Use os padrões luminosos para criar fortes ritmos visuais, que podem guiar os olhos do observador através do quadro.
Os padrões de luz também podem ser usados para melhorar o equilíbrio de uma composição. Em vez de incluir um objeto, como uma cadeira, por exemplo, introduza na cena um clarão de luz do sol.
Ao estruturar a obra, tenha sempre em mente que a luz deve ser colocada contra tons escuros, e vice-versa. Assim, você obterá uma composição viva, que prenderá a atenção do observador.
Mantenha a simplicidade
Seja qual for a finalidade dos efeitos luminosos na sua pintura, procure mantê-los simples. Concentre-se no padrão geral da luz e reproduza-o com nitidez e economia, sem se deixar distrair pelos detalhes. Os resultados causarão maior impacto.
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